segunda-feira, 23 de junho de 2008

Alguem diria que foi verdade

Os olhos brilharam quando a lua apareceu. Ela gostava da noite. As estrelas fingiam escrever seu nome no céu. As ruas já vazias anunciavam o frio da madrugada.
Vestiu seu sobretudo preto e foi ao mar. Não havia medo naquele rosto, havia um brilho, um Que especial de mistério. Com os pés na areia fina da praia olhou para cima, viu mais uma vez a lua. Redonda, amarela. Os cabelos esnuveados pela brisa.
Um barco deu de se aproximar da costa. A viu, linda, imponente e mistica. Ninguem tinha visto aquela mulher alí, nem sabiam porque ela estava alí. So sabiam que lá estava ela. de sobretudo preto nas areias da praia.
Quem um dia viu algo semelhante sabe como terminou, em afogamento. Não, não ela, ela posicionou-se alí estática, sem mover um piscar de olhos sequer. a manhã foi chegando, o brilho do sol foi aparecendo, as pessoas começaram a observar a mulher de preto nas areias. Assim como apareceu na madrugada, virou as costas ao mar e foi-se embora, entrou languida pelo saguão do prédio e fez com que a porta do apartamento fechasse em tremendo estrondo atraz de sí.


" se um dia o mar pedir-me em casamento, a noite seria nossa morada e a lua nossa cúmplice"

As lagrimas rolaram pela face alva. As paredes daquele apartamento pareciam se estreitar a cada passo seu alí dentro.

Com o mesmo sobretudo, abriu novamente a porta, atravessou a avenida e lançou-se aos braços brancos e espumados, alí estava feliz. Sim, deixou que a maré a levasse, e até hoje ouvem-se relatos de uma mulher de preto em muitas e muitas praias do mundo.

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