sábado, 17 de maio de 2008

Quando tudo pede um pouco mais de calma...

A vida acelerou assim tão derrepente, tudo parece fácil, resultado da inércia.
Mas quem sou eu para dizer que as coisas vão assim tão rápido. Começo a desenhar quero logo que chegue ao fim.
Uma gota de chuva cai sobre o papel. Um pingo de solidão, de desesperança, o mundo está girando cada vez mais veloz, e as gotas caem frígidas e gélidas, sem ao menos se importar com quem está por baixo. Cai.
Parece que foi ontem que tudo aconteceu, todos os momentos de minha vida, todos ao meu redor. Parece que foi ontem, parece que foi ontem. Quando criança rodava ciranda, pulava corda, cantava rodopios. Tive um cachorro um aquário com peixinhos. Parece que foi ontem, nadava no rio, tinha um balanço de pneu, uma casa na árvore. Ontem, ao menos me parece, roubei goiaba no terreiro do vizinho, corri de cachorro, pulei muro. Fiz travessuras, roubei namorada de amigo. Me aparento mais velho ao menos nas idéias, resultado do que já vivi. Já chorei pra não ter que ir a aula, já fingi doença para não fazer prova. Parece que foi ontem que toda a minha vida se passou.

terça-feira, 13 de maio de 2008

Minha casa

Um lugar que visitei hoje me chamou a atenção. Nenhum rastro de civilização. Na dobra do morro o rio corre feito serpente, um bosque mergea a propriedade. vinte mil passos a frente o céu encontra o mar verde da relva.
Algo me diz que é alí que hei de morar.
Pássaro branco me anuncia de longe sua presença.
Vem voando, de ruflar lento e jocoso. como se zombasse de todos o poder do vôo.
Alguns poucos barulhos, um grilo. um jacú grita ao longe. Nuvens, rio, verde e o friozinho do fim de tarde apentando na ponta dos dedos.
De posse de lápis, me faltou papel. Tive que esperar, memorizei cada pedacinho com a mente.
Ví numa folha sobressaltada um pontinho vermelho. Uma joaninha, não tinha pintinhas pretas, era só vermelha, com as asas mais brilhantes que já ví, estendi o dedo proximo a folha e ela subiu pela minha mão. Ficou por algum tempo tranladando por entre os dedos... Voou.
Montei na moto, busquei caminho da cidade. Deixei para traz o paraíso... mas lá um dia hei de morar!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

As estrelas

Hoje, chegando em casa, tentei contar quantas estrelas enchergava no céu.
Não consegui, não sei se por causa da embriagues ou pela falta de capacidade.
Hoje, tentei saltar até a lua, pegar um asteroite com uma rede e fazer dele um belo abajur.
Quando abri os olhos as coisas se tornaram mais claras. Límpidas e brilhantes. O farol relusente dos carros parecia um ladrão à janela. Os óculos escuros em plena madrugada não me caiam muito bem. Um visual esteritipado: Olhos vermelhos, blusa de frio, uma cueca samba canção e um espirro insesante.
A noite parecia não passar, o relojo dizia que o tempo parou. 23:23. o que acontecera?! As luzes cada vez mais fracas. 666 seria o número que me assombraria essa noite?!
Sombra. Escuridão. Passos em falso pelo quarto se anunciam.
Tenho medo de espelhos de banheiro. Abro a torneira e a água cai. Lavo o rosto e os olhos ardem. como se julgassem a água como clorofórmio, ou éter. Um pouco do último não me faria mal.
Se eu soubesse que esta noite me traria saborosos temores abriria ainda mais os olhos escarlate, observaria. O medo: Um mero companheiro ás madrugadas vespertinas. Milindrosa a Lua, se escondeu não sei onde. Um segundo apenas, e os olhos pedem o olocausto. O silêncio. A penumbra. Um beijo de lânguido lábio sem face. Boa Noite. Bom silêncio. Os olhos enfim se fecham lentamente. Augusto dos Anjos me estende a mão. Sonho, loucura. Assindetismo e roquidão. Fim do cadáver e libertação da alma. Negro, escuro e vazio.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Morrendo cedo!

Morrer, pode não ser passar a comer grama pela raiz. Muitos morrem antes mesmo de saber que morreram. Destroem a vida, deleitam dos prazeres efêmeros da preguiça e acabam por ser incultos e sasonais, vão e vem a medida que lhes convém. Te ligam quando precisam daquele resumo, porque livro?! Isso é para idiotas.
Morrem pelo simples fato de não conseguir discursar sobre o mesmo assunto por mais de dez minutos. Faltam-lhe as idéias ou até mesmo as palavras. Um texto de períodos longos ou palavras mais elaboradas tornam-se um sério problema. Morrem novamente.
A fome de aprender deveria ser o que nos mantém vivo. Não digo para leres Jorge Amado ou Floriano Peixoto. Mas quem considera Tititi, Cláudia e Marricler como leitura. Só posso lamentar, e verter lágrimas pelos que morrem cedo!

Papel, Caneta, Idéias...

A confusão foi formada desde que me entendo por gente. Imagens, sons, penumbra, as vezes até mesmo o silêncio, amor, ódio, ipocrisia, talvez melancolia.
Corpo são, talvez com um pouco de peso a mais, Mente insana. Pensando em não pensar, resolvi escrever. Busquei em mim mesmo a loucura e a rasão do momento em que concebi a idéia fundamental de minha vida. Ser LOUCO.
Dizem por ai que de médico e louco todo mundo tem um pouco. De médico?! talvez as luvas brancas de latex que uso para pintar. De Louco?! Tudo que me falta da vocação medicinal.
Quando na escola até tentei aprender Biologia, Histologia, Português me saia um belíssimo MÁRMORE CARRARA. Magnífico, porém intocado. Admiro o português impecável do acadêmicos da A.B.L. Mas não me serve a idéia ser um deles.Quem sabe ainda aprendo como se faz uma cirurgia de ponte de safena usando apenas faca de pão?! Até que não é uma má idéia!
Ainda hei de sair por ai, com uma mochila nas costas, uma garrafa de wisk 12 anos na mão papel e caneta. Projeto pra uma semana, coisa alucinada, escrever dia e noite, tomar uns pileques e dormir. Acordar com o sol na cara, cabelos embaraçados. e ao meu lado: PAPEL E CANETA. Escritos talvez, palavras que para leigos podem fazer o menor sentido. Mas para quem como eu tem um péssimo veio médico; Fazem de nós velhos amigos!

Uma esperança na janela

Ontem entrou uma esperança pela janela. Verde. Olhos grandes e observadores. Era uma esperança.
Passei a observala mais atentamente e comecei a imaginar como seria a vida da esperança. Ninguem se importa com a esperança até estar uma situação onde é confrontado a ela!
Sem vê-la nem se lembra que ela existe.
Aquela coisinha verde, porque não é amarela ou talvez azul?!
Verde, verde, verde!
Até que então a esperança começa a saltar por todos os cantos do quarto, tento então pegá-la.
Na iminencia de esmagá-la com as mãos ela simplismente alça voo e sai pela mesma janela por onde entrou. Fico desconsolado em ver a esperança indo embora.
Eis que então ela volta, e fica parada na palma da minha mão aberta. Vou fechando lentamente os dedos , e ela permanece alí, imóvel, absoluta. Até que toco a ponta dos dedos em suas asas que estão recostadas sobre o dorso.
Ela faz que gosta, fica mais um pouco depois abre as asas e vai-se embora novamente!

Vai-se embora a esperança!